A Bagunça Vai Embora, Mas a Infância Também

A casa está uma bagunça. Há brinquedos espalhados no chão, migalhas de pão na mesa, roupas jogadas no sofá e um pequeno rastro de caos por onde as crianças passaram. O dia foi corrido. Você arrumou a sala pela manhã, mas agora ela já não parece nem de longe com o que era há algumas horas.

A vontade de suspirar fundo e reclamar vem imediatamente. Afinal, parece que não importa o quanto você limpe, a bagunça sempre volta.

Mas então, por um instante, você para. Olha ao redor e percebe que esses brinquedos espalhados são sinais de brincadeiras felizes. Que as pegadas de mãos na parede são marcas da curiosidade e da descoberta. Que a vozinha que chama sem parar hoje, um dia, não chamará mais com tanta frequência.

Porque a bagunça vai embora. Mas a infância também.


O Caos Que Irrita Hoje Será Silêncio Amanhã

Muitas vezes, na correria da rotina, a bagunça parece um peso. É cansativo recolher os mesmos brinquedos várias vezes ao dia, arrumar a cozinha apenas para vê-la desorganizada de novo na próxima refeição. Há momentos em que tudo o que você queria era um pouco de ordem, um pouco de silêncio, um pouco de tempo para si.

Mas então chega aquele dia em que, de repente, o silêncio vem.

As crianças crescem. Os brinquedos deixam de ser espalhados porque já não são tão usados. A cadeira do bebê é retirada da mesa porque ele já come sozinho. As roupas pequenas desaparecem do varal, substituídas por peças maiores.

E então, você percebe que sente falta do barulho, do corre-corre, das gargalhadas sem motivo.

A infância é breve. No meio da rotina, parece que os dias demoram a passar, mas, de repente, os anos voam. E aquilo que parecia cansativo começa a ser lembrado com saudade.


As Pequenas Marcas do Crescimento

A maternidade é feita de fases. Primeiro, o bebê que precisa de você para tudo. Depois, a criança que aprende a andar e espalha alegria (e bagunça) pela casa. Mais tarde, o pequeno que começa a querer fazer tudo sozinho. Até que, um dia, ele cresce e já não precisa tanto assim.

A cada fase, há algo que se perde e algo que se ganha. Mas a verdade é que cada bagunça tem sua história.

1- Os brinquedos no chão mostram que houve brincadeira.
2-As roupas sujas na cadeira mostram que alguém se vestiu apressado para viver o dia.
3-Os copos na pia mostram que a família esteve reunida em volta da mesa.

A casa desarrumada pode ser irritante, mas também é sinal de vida.


A Bagunça é Temporária, Mas as Memórias São Para Sempre

É claro que ninguém quer viver no meio do caos. Mas, muitas vezes, gastamos tanta energia tentando controlar a bagunça que esquecemos de aproveitar os momentos que estão acontecendo no meio dela.

Aquele desenho rabiscado na parede? Um dia, o pequeno artista que o fez estará crescido.

Aquela pilha de brinquedos no canto? Em poucos anos, estarão guardados em caixas porque a criança já não brinca mais.

O chão sujo depois de um lanche? Logo, eles estarão grandes o suficiente para comer sem derramar, e você vai sentir falta de limpar aqueles dedinhos melados.

O tempo não pede permissão para passar. E quando nos damos conta, tudo o que sobrou foram as lembranças.


O Que Realmente Importa?

Não se trata de viver no meio da desorganização sem se importar. Mas também não precisamos deixar que a necessidade de ordem nos impeça de viver a infância de nossos filhos.

A casa pode esperar. O tempo com eles, não.

Então, antes de reclamar da bagunça, tente vê-la com outros olhos. Perceba que, enquanto os brinquedos estão no chão, a infância ainda está ali. Enquanto há vozes gritando pela casa, o amor ainda ecoa nos corredores. Enquanto eles ainda chamam “mamãe” várias vezes ao dia, eles ainda são pequenos o suficiente para precisar de você.

A bagunça um dia vai embora. Mas que, quando ela for, as memórias fiquem. 💛

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima