Antes da maternidade, eu tinha certeza de muitas coisas. Via mães fazendo determinadas escolhas e pensava: “Quando for minha vez, farei diferente.” Achava que bastava força de vontade, planejamento e um pouco de firmeza para manter tudo sob controle. Mas aí eu me tornei mãe.
A realidade bateu na porta logo nos primeiros meses e, um a um, meus planos foram sendo ajustados (ou completamente ignorados). Descobri que a maternidade não é sobre seguir regras rígidas, mas sobre fazer o melhor dentro do que é possível.
Aqui estão algumas das coisas que eu dizia que nunca faria… até me ver fazendo!
1️⃣ Amamentar Até os 3 Anos – Ou Pelo Menos Até 1 Ano, Né?
Antes de engravidar, eu via relatos de mães que amamentavam seus filhos por 2, 3, até 4 anos. Para mim, aquilo parecia lindo, natural e totalmente possível. Claro que eu faria isso! Eu imaginava aquele momento como algo instintivo, fluido e sem grandes dificuldades.
Mas a realidade foi bem diferente. Enfrentei dores, pega incorreta, cansaço extremo e uma baixa produção de leite que eu nunca esperava ter. Fiz tudo o que me recomendaram: tentei livre demanda, ajustei a pega, tomei chá, bebi mais água do que imaginava ser possível… mas meu leite não era suficiente.
Foi difícil aceitar que eu precisaria complementar. No início, a culpa veio forte. Eu me perguntava se estava falhando, se não tinha tentado o bastante. Mas, no fim das contas, meu bebê precisava se alimentar. E alimentá-lo com amor era mais importante do que seguir um ideal a qualquer custo.
Então, não, eu não consegui amamentar até os 3 anos. Mal passei dos 6 meses. E está tudo bem. Hoje sei que cada jornada é única e que amamentação não define a maternidade.
2️⃣ Doces Só Depois dos 2 Anos – No Primeiro Filho Funcionou, Mas Depois…
Ah, essa era outra certeza absoluta! Meu filho jamais experimentaria açúcar antes dos dois anos. E, com o primeiro, eu realmente consegui. Fazia bolo sem açúcar, suco só natural, explicava para a família que doces estavam fora de cogitação. Me sentia muito orgulhosa por manter essa regra.
Mas, quando o segundo filho chegou… a história mudou.
A diferença? O irmão mais velho. Como explicar para uma criança pequena que ele pode tomar um sorvete e o bebê não? Como impedir que ele compartilhe um biscoito com o caçula? Eu até tentei resistir por um tempo, mas logo percebi que estava travando uma batalha que não fazia sentido.
No terceiro filho, então… bom, ele provou um brigadeiro no aniversário de 1 ano e eu nem surtei. Hoje, aprendi que equilíbrio é mais importante do que proibição. Faço questão de oferecer uma alimentação nutritiva na maior parte do tempo, mas sei que um docinho ocasional não vai estragar tudo.
3️⃣ Meus Filhos Nunca Dormirão na Minha Cama
Outra ilusão pré-maternidade! Antes de ter filhos, eu acreditava que bebês deveriam dormir no próprio berço desde o início. Via mães falando sobre cama compartilhada e pensava: “Isso não é para mim. Meu bebê dormirá no berço e ponto.”
Aí o bebê nasceu. E eu descobri o que era privação de sono.
Na primeira semana, tentei manter firme minha decisão. Mas as madrugadas se tornaram um verdadeiro pesadelo. Eu levantava a cada 40 minutos, exausta, com os olhos ardendo e o corpo pedindo socorro. Até que, um dia, levei o bebê para a minha cama. E ele dormiu. E eu dormi.
Foi aí que minha convicção caiu por terra. Percebi que, naquele momento, o mais importante era descansar. Aos poucos, ajustei a rotina, fiz a transição para o berço quando foi possível. Mas, até hoje, se algum filho aparece no meio da noite querendo colo, eu levanto o cobertor e deixo ele se aconchegar.
4️⃣ Nunca Vou Gritar – Serei Uma Mãe Sempre Serena e Paciência Infinita
Essa, sem dúvida, era uma das certezas mais fortes que eu tinha antes de ser mãe. Afinal, sempre ouvi que gritar com as crianças não era eficaz. Eu me via como uma mãe equilibrada, resolvendo tudo com calma, explicações racionais e tom de voz tranquilo.
A realidade? Bom… eu tentei. Tentei muito. Mas depois da décima vez pedindo para colocar o sapato, do brinquedo atirado na parede e do banho que virou uma guerra, minha paciência teve um limite.
Gritar não me faz sentir bem. Mas a maternidade também me ensinou que sou humana. Aprendi que errar faz parte, que pedir desculpas ensina mais do que fingir perfeição. Hoje, tento respirar fundo antes de explodir, mas também sei que não sou uma mãe pior por ter momentos de frustração.
O Que a Maternidade Me Ensinou
A maior lição que aprendi nesses anos foi: planejar é fácil, viver é outra história. Antes de ter filhos, achamos que a maternidade é uma linha reta. Mas ela é feita de curvas, ajustes, quedas e recomeços.
Eu mudei de ideia muitas vezes. Hoje, no meu quarto filho, vivo uma experiencia nova apesar de carregar comigo uma boa bagagem. O que realmente importa é o amor e o esforço que colocamos em cada dia, mesmo quando as coisas saem diferente do esperado.
Então, se você também já disse que nunca faria algo e depois fez, saiba que você não está sozinha. A maternidade nos ensina, nos transforma e, acima de tudo, nos faz mais flexíveis e empáticas – com os outros e com nós mesmas. 💛